quinta-feira, 29 de março de 2012

Cidadania como princípio de direitos e deveres,participação popular e implementação de políticas públicas!!





Há políticas públicas que ainda não atingiram seu maior objetivo,porém todos fazemos parte desta política e coobrigamo-nos a colaborar com seu efetivo desenvolvimento.O meio em que vivemos sofre pela degradação  que provocamos,o homem é quem mais fere e menos cura,uns por pura ignorância,outros por uma busca desenfreada do capitalismo que atinge diretamente nosso meio.Cada um de nós tem o dever de fazer alguma coisa para diminuir a velocidade de toda esta destruição,quiçá pará-la.Há várias maneiras de ajudarmos,podemos recolher o óleo que utilizamos e muitas vezes erroneamente jogamos no ralo da cozinha,e reutilizá-lo fazendo sabão evitando assim a contaminação dos mananciais e impedindo a entrada dos raios solares que alimentam a vida aquática,diminuindo a individualização no trânsito,já que um carro popular bicombustível emite 78 gramas de gás carbônico por quilômetro rodado,ou uma média de 780 gramas por litro de combustível,a reciclagem,o consumo consciente da água e do solo,o desperdício e o consumo indiscriminado do ter sem precisar entre muitos outros.Basta boa vontade juntamente com uma boa política econômica e social.

De forma simplificada pode-se afirmar que em termos de avaliação do impacto ambiental das atividades humanas existem três grandes problemas no país, inseparáveis mas inconfundíveis, cada um com uma sistemática de análise científica distinta: as atividades energético-mineradoras, as atividades industriais-urbanas e as atividades agrossilvopastoris. Em geral, os critérios, instrumentos e métodos utilizados para avaliar o impacto ambiental são próprios a cada uma dessas três atividades e não universais.



O impacto ambiental das atividades energéticas e mineradoras é, em geral, intenso, pontual, limitado e preciso em termos de localização (uma hidrelétrica, uma mineração, por exemplo). Empreendimentos dessa natureza envolvem parcelas pequenas de população nos seus impactos diretos e são bastante dependentes de fatores relativamente controláveis. Existem metodologias bem estabelecidas para avaliar e monitorar o impacto ambiental desses empreendimentos, onde os aspectos de projeto, engenharia e planejamento são passíveis de um alto grau de previsão e controle.







Mineração e garimpo na região de Carajás (Pará)
Fotos: Renata Falzoni
O impacto ambiental das atividades industriais-urbanas é, em geral, de intensidade variada, podendo ir de pontual (no caso de uma fábrica poluidora, por exemplo) a difuso (no caso dos poluentes emitidos pela frota de veículos, por exemplo).Uma boa parte desses impactos dependem de obras de infra-estrutura e de saneamento, mais amplas do que a abrangência de cada empreendimento. Processos de planejamento e crescimento urbanos também cumprem um papel determinante em muitos casos. As atividades industriais-urbanas atingem, direta e indiretamente, grandes parcelas da população. Existe uma grande quantidade de normas, leis e regulamentos vigindo sobre esse tema, objeto de uma ação fiscalizadora relativamente intensa por parte da população e órgãos públicos.

Foto: Luiz Antonio Granzotto
Já os impactos ambientais das atividades agrícolas são em geral tênues, bastante dependentes de fatores pouco controláveis (chuvas, temperaturas, ventos etc.), atingem grandes áreas de forma pouco precisa, freqüentemente crônica, pouco evidente, intermitente e de difícil quantificação (perda de solos, produção de gases, erosão genética, contaminação de águas subterrâneas com fertilizantes ou pesticidas etc.). Em muitos casos os piores impactos ambientais da agricultura são invisíveis aos olhos da população, dos consumidores e dos próprios agricultores, ao contrário do que ocorre com uma fábrica ou uma mineradora.

Também a nível sócio-econômico, a diferença entre a agricultura e as outras atividades humanas é enorme: empregos gerados, condições trabalho, fatores sazonais, legislação específica, produção de riqueza, valor agregado etc. O mundo urbano situa-se na montante (fornecimento de insumos) e na jusante (agro-indústrias e consumidores) da atividade agrícola podendo mascarar o repasse de impactos ambientais indiretos, positivos ou negativos. O uso do álcool combustível nas grandes cidades é um exemplo típico de uma transferência de impacto ambiental positivo do campo para a área urbana.
Nesse sentido, o impacto ambiental de uma atividade agrícola não pode ser tratado como o de uma atividade industrial-urbana ou, pior ainda, como o de uma atividade de exploração energético-mineradora, como pretendem alguns. Um campo cultivado não é uma fábrica, nem uma mina.
Os sistemas de produção da cana-de-açúcar ainda são bastante heterogêneos a nível nacional, no que pese a modernização tecnológica dessa atividade. O setor canavieiro emprega desde tecnologias de ponta até práticas que datam do neolítico, como o uso das queimadas para facilitar a colheita. A evolução tecnológica do cultivo da cana-de-açúcar é constante mas diferenciada segundo os interesses e as estratégias das empresas. Nesse sentido, a visão e as possibilidades de gestão do impacto ambiental do cultivo para um pequeno plantador-fornecedor são, obrigatoriamente, diferentes da de um grande empresário do setor.

Retirado do site:www.cana.cnpm.embrapa.br/impacana.html.Visualizado em 28/03/2012
 
DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS TAMBÉM POLUI!!
 
 
A legislação brasileira não possui uma lei que proíba a doação de alimentos, mas infelizmente, também, não possui uma lei específica que regule a doação de alimentos. As duas legislações, da qual a temática se enquadra, seriam as Portarias da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que discorrem sobre controle higiênico sanitário em empresas de alimentos (Portaria 2.535/03 e CVS 6/99) e o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90).
A ANVISA coloca que as doações de alimentos podem ser realizadas, desde que tenham sido manipulados de acordo com os requisitos das Boas Práticas e Procedimentos Operacionais Padronizados, conforme legislação vigente e que os alimentos pré – preparados ou pratos prontos não devem ser aproveitados ou doados. Enquanto o Código de Defesa ao Consumidor traz que fabricantes e produtores respondem por danos causados aos consumidores.
Com base nesse cenário, a ONG Banco de Alimentos, volta para si a responsabilidade em relação ao alimento doado, por meio de recibos de doação. Ao doarmos os alimentos, já impressos no recibo, o receptor de alimentos, que inspecionaram todo o lote doado e atestam pela assinatura do recibo, que o que estão recebendo está em condições perfeitas para o consumo, com isto demonstramos, na prática, que este tipo de atuação é possível e faz grande sentido.
Em 1996, em uma importante iniciativa, foi-se elaborado o Estatuto do Bom Samaritano.
 
Um relatório da Grã-Bretanha revelou que mais de US$ 20 bilhões em comidas e bebidas são desperdiçadas no país todos os anos. Além das consequências sociais do não aproveitamento de alimentos em um mundo com aproximadamente 1 bilhão de famintos, conforme a Organização das Nações Unidas, a redução do desperdício para 250 mil toneladas poderia evitar a emissão de 1,1 mi­­lhão de toneladas de dióxido de carbono à atmosfera. As descobertas foram feitas pelo Wrap (Waste and Resources Action Pro­­gram, uma espécie de projeto de ação contra o desperdício), que tem como objetivo reduzir a perda de alimentos para evitar poluição e melhorar a distribuição de comida.
“Nós jogamos fora inacreditáveis US$ 20 bilhões de alimentos que poderiam ser consumidos, porque cozinhamos demais ou porque simplesmente deixamos estragar”, explicou Richard Swannell, o diretor de varejo e alimentos da Wrap, ao jornal americano The New York Times. Mais do que isso, os pesquisadores também descobriram que o desperdício não ocorre apenas na indústria. “Pesquisadores da Austrália e dos Estados Unidos mostraram que uma significante quantidade é desperdiçada por donas de casa ou responsáveis pela manutenção das residências”, acrescenta Swannell.
"Conceito de produção não é sustentável"
As grandes monoculturas, sobretudo a soja, são verdadeiras inimigas do meio ambiente. Essa é a tese defendida pelo promotor de Justiça da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público, Robertson Fonseca de Azevedo. “O conceito de produção não é ambientalmente sustentável. É, por outro lado, super-rentável para pequenos grupos”, diz. Azevedo defende que a expansão agrícola suprimiu as florestas, afetando o microclima de algumas áreas, como a região de Maringá. “O clima continua como é. Mas esses microclimas já foram alterados pelo processo produtivo voltado à produção de commodities para exportação”, afirma.
 
Fome não existe por falta de comida
 
O Brasil sustenta um verdadeiro paradoxo quando o assunto é a comida. 72 milhões de pessoas – cerca de 40% da população – estão vulneráveis à fome em diferentes graus, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2006.
A falta de controle nas residências desencadeia exageros desnecessários na produção de alimentos. “Se houvesse queda no desperdício, também não haveria necessidade de se explorar novas áreas de plantio”, explica a professora do Mestrado Profissional em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP), Leila Teresinha Maranho. Dessa maneira, na teoria – deixando os interesses econômicos de lado –, não haveria necessidade de desmatar novas áreas. Não se pode, contudo, imaginar que refeições comedidas para evitar sobras vão resolver solitariamente a questão, é preciso melhorar a logística da cadeia produtiva, diminuindo as perdas desde a colheita até o destino.
 
Metano e chorume
 
Cada vez que os alimentos se decompõem, transformam-se em gás metano – elemento 22 vezes mais prejudicial à atmosfera do que o dióxido de carbono. Não apenas isso, mas os orgânicos respondem pela geração de chorume, cujo tratamento é complexo e bastante caro. “O chorume por si só é problemático para o meio ambiente, porque pode contaminar o lençol freático, além de causar mau cheiro, que considero um aspecto ambiental”, alerta a professora.
Ou seja, a forma mais eficaz para proteger o meio ambiente seria evitar o apodrecimento das substâncias orgânicas. Justa­mente por esse motivo, as cinco Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) batalham para evitar o desperdício. Uma das maneiras encontradas foi o Banco de Alimentos, que repassa comida não vendida a aproximadamente 500 instituições de solidariedade filiadas no estado. Dessa forma, evita-se a decomposição. Ainda assim, as perdas são grandes na capital: cerca de 150 toneladas por mês.
Quando os alimentos não podem mais ser aproveitados por humanos, outro programa da Ceasa prioriza a doação para criadores de pequenos animais. Há, ainda, uma última opção: passar os alimentos por uma estufa (eliminando micro-organismos) e servi-los a animais. E a conscientização ambiental também passou a ser incentivada. “Cada permissionário é obrigado a ter um gerenciamento individual e indicar aquilo que pode ir para o Banco de Alimentos ou outros programas”, relata a assistente social da Ceasa, Clarice Maciel.
 
Sobras que custam
 
Esse tipo de comportamento, infelizmente, é adotado apenas quando se mexe com o bolso. Desde que a prefeitura impediu os grandes geradores – estabelecimentos que geram mais de 600 litros de resíduos por semana – a despejar lixo no Aterro da Caximba, várias empresas iniciaram programas de tratamento e destinação adequada. Trata-se de uma espécie de cultura do restaurante por quilo. “As sobras são cobradas. Por isso, diminui-se o desperdício”, esclarece Robertson Fonseca de Azevedo, promotor de Justiça da Promotoria do Meio Ambiente. “A gestão ambiental precisa privilegiar a redução, reaproveitamento, reciclagem e destinação correta. Se é aplicada para produtos industrializados, também deve valer para alimentos”, diz.
Reduzir o desperdício de alimentos ajuda a economizar recursos naturais como a água e a proteger o meio ambiente, evitando desmatamento desnecessário e poluição. A discussão sobre o desperdício é importante e faz parte da campanha nacional do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Nutrição deste ano.
As questões sociais ligadas ao desperdício de alimentos são mais evidentes, no entanto, nem sempre ficam claras as consequências do desperdício para o meio ambiente. Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado em 5 de junho, é importante para os nutricionistas discutir o tema e verificar como a profissão tem função essencial para aliar Segurança Alimentar e Nutricional e sustentabilidade.
Segundo um estudo elaborado por Demétrios Christofidis, professor da Universidade de Brasília (UnB), no ano 2000, a produção de alimentos foi a atividade que mais consumiu água no Brasil, utilizando 2.595 km3 de água, aproximadamente 70,2% do total de água derivada dos mananciais.
O Programa de Ação de Resíduos e Recursos Naturais do governo do Reino Unido também publicou um estudo mostrando que o desperdício de comida possui graves consequências em relação ao consumo indevido de recursos naturais. De acordo com a pesquisa, o desperdício de comida implica no gasto de um volume de água duas vezes maior do que o utilizado para o consumo das famílias.
É preciso lembrar que os aterros sanitários prejudicam o meio ambiente e que a redução dos resíduos é importante para diminuir também os depósitos de lixo. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 60% do lixo doméstico brasileiro diz respeito a resíduos orgânicos, o que equivale a 144.968 toneladas de lixo por dia. A Embrapa aponta ainda que 76% desse lixo é depositado a céu aberto em lixões.
Os nutricionistas podem atuar alertando seus clientes e pacientes sobre a conservação adequada dos alimentos, o planejamento de seus cardápios e sobre alimentação equilibrada, contribuindo para evitar o desperdício e o consumo excessivo de alimentos. Outro trabalho importante está no controle de sobras e restos em restaurantes comerciais e industriais.

Aproveitamento Integral dos Alimentos

POR QUE APROVEITAR OS ALIMENTOS INTEGRALMENTE?


A alimentação é a base da vida e dela depende o estado de saúde do ser humano. Já diziam nossos avós: “Saco vazio não pára em pé”. Além de garantir o sustento, a alimentação deve promover saúde e para isso, deve ser variada e rica em nutrientes (substâncias que regulam o organismo, fornecem energia para as atividades do dia a dia e auxiliam na formação do corpo), permitindo assim, o equilíbrio no organismo.
Para alcançarmos uma alimentação saudável, podemos utilizar partes de alimentos que normalmente são desprezadas pela população. Tal atitude é chamada de aproveitamento integral dos alimentos”.
Atualmente no país em que vivemos, milhões de pessoas vivem na situação de “saco vazio” enquanto nosso saco de lixo permanece se enchendo… Isso porque desperdiçamos boa parte dos alimentos que poderiam ser aproveitadas para o preparo de muitas outras refeições.  Este é um hábito tradicional da população brasileira, que normalmente, não utiliza partes não convencionais dos alimentos (assim, preconceituosamente classificadas, afinal de contas são inerentes ao alimento), que podem ser aproveitadas para preparar pratos deliciosos, além de reduzir o lixo e o problema da fome no Brasil. A solução para este sério problema pode partir da modificação de atitudes e costumes que cultivamos em nosso lar.
São alguns exemplos de partes não convencionais dos alimentos:
  • Folhas de: cenoura, beterraba, batata doce, nabo, couve-flor, abóbora, mostarda, hortelã e rabanete;
  • Cascas de: batata inglesa, banana, tangerina, laranja, mamão, pepino, maçã, abacaxi, berinjela, beterraba, melão, maracujá, goiaba, manga, abóbora;
  • Talos de: couve-flor, brócolis e beterraba;
  • Entrecascas de melancia e maracujá;
  • Sementes de: abóbora, melão e jaca;
  • Nata;
  • Pés e pescoço de galinha;
  • Tutano de boi.
Você já pensou em utilizar alguma destas partes dos alimentos? Se sua resposta for não, saiba que você está deixando de levar em conta o rico valor nutricional destes alimentos, ou seja, a quantidade de vitaminas, sais minerais e proteínas que estão concentradas nas cascas e folhas e, em alguns casos, até em quantidade maior que na parte costumeiramente utilizada.

Confira alguns exemplos na tabela Percentual de Nutrientes contidos em partes não convencionais dos alimentos em relação à parte convencional abaixo.

TipoAlimentoParte não convencionalProteínaCarboidratoLipídeoFibrasVit CCálcioPotássioFósforo
Legumes e verdurasAbóboraCasca104% +___200% +120% +______54,5% +___
BerinjelaCasca19.4% +___56.2% +29,2% +______59% +___
CenouraCasca32.4% +___182% +30,6% +______169% +___
CenouraRama306% +___438% +187.4% +_________
ChuchuCasca71,5% +___9% +207% +___21,4% +___
SalsinhaTalo______181% +___0,64% +12% +___
FrutasAbacaxiCasca102% +___203% +151% +61,5% +119% +60% +17% +
BananaCasca_________106,6% +___
GoiabaCasca110% +______40,5% +____________
LaranjaCasca22,4% +386% +137 +604% +___4607% +57% +465% +
LimãoCasca204% +143% +283% +454% +1053% +___
MaçãCasca72% +___312% +242% +102% +_________
MamãoCasca206% +______53% +___67% +43% +
Melancia

 

Lembrando que…
  • Proteína: Nutriente responsável pela construção do nosso corpo, auxiliando no crescimento de crianças, na formação e manutenção dos órgãos e na cicatrização;
  • Carboidrato: Fornece energia ao corpo para realizarmos nossas atividades diárias, como andar, correr, falar ou mesmo respirar;
  • Lipídeo: Regula a temperatura do corpo, protege nossos órgãos contra traumas, como quedas fortes, por exemplo. Além de facilitar o transporte de nutrientes pelo corpo e também fornecer energia;
  • Fibra: Auxilia a controlar os níveis de açúcar e gordura no sangue, ajudando a prevenir diabetes e doenças do coração. Também, auxilia no bom funcionamento do intestino.
  • Vitamina C: Aumenta as defesas do organismo, auxiliando na prevenção e no combate de infecções como a gripe;
  • Cálcio: Responsável pela formação e manutenção dos ossos;
  • Potássio: Auxilia no controle da pressão do sangue, na formação dos nervos e previne câimbras;
  • Fósforo: Auxilia na manutenção do cálcio nos ossos, garantindo ossos e dentes fortes.
Além disso, o aproveitamento integral dos alimentos significa economia, e possibilita também experimentar novas opções de receitas, ressaltando assim, outro fator importante: a variação do cardápio. Isso porque um único alimento rende até cinco preparações diferentes, repleta de nutrientes e coloridas, quando utilizamos sua casca, folha, talos, semente e a própria polpa!
Uma boa cozinha é aquela na qual nada é desperdiçado. Às vezes não percebemos, mas na nossa cozinha há muita coisa indo para o lixo sem necessidade. O Brasil é um dos campeões em acúmulo de lixo orgânico e este, quando não tratado adequadamente, pode agredir a natureza, por promover a formação de chorume, um líquido escuro e malcheiroso, que pode tornar nossos solos inférteis para produção. Outro malefício está relacionado ao problema sanitário: o acumulo de lixo orgânico pode atrair vetores, como ratos, baratas e moscas, que podem causar sérios riscos para a saúde humana.
Portanto, fique esperto! Aproveite os alimentos como um todo para aproveitar uma vida toda com saúde, segurança e consciência!

DICAS PARA COMBATER O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS DESDE O MOMENTO DA COMPRA ATÉ A MESA:

  • COMPRAR BEM: Planeje suas compras: Evite excessos! E prefira os alimentos da época, pois possuem melhor qualidade (maior durabilidade, maior teor nutricional e menor quantidade de agrotóxicos) além de apresentarem preços mais acessíveis;
  • CONSERVAR BEM: Armazene os alimentos em locais limpos e em temperaturas adequadas para cada tipo de alimento.
  • Ao armazenar as partes não convencionais dos alimentos para serem utilizadas em preparações futuras, siga uma destas opções: Conserve-as em saquinhos separados e fechados em geladeira, devendo ser utilizadas em até 48 horas ou embrulhe-as em porções pequenas separadamente em fita-filme, etiquete-as, (com o nome do alimento e a data) para que possam ser distinguidas futuramente, e congele-as, podendo ser utilizadas no período de até um mês de conservação;
  • HIGIENIZAR BEM: Todas as frutas, verduras, legumes, cascas, talos, sementes e folhas devem ser lavados um a um, em água corrente e então devem ser higienizados em solução de hipoclorito de sódio (seguindo instruções de uso na rotulagem) por geralmente 15 minutos para eliminar microorganismos. Em seguida devem ser lavados novamente em água filtrada;
  • PREPARAR BEM: Não retire as cascas grossas ou utilize-as para outras receitas e prepare apenas a quantidade necessária para as refeições da sua família. Faça uma média da quantidade de porcionamento por pessoa.
10 dicas para o combate ao desperdício de alimentos:
  • Os talos de couve, agrião, beterraba, brócolis e salsa, entre outros, contém fibras e devem ser aproveitados como recheios de tortas, patês ou em escondidinhos;
  • Não jogue fora os talos do agrião, pois eles contêm muita vitamina C, importante para aumentar a imunidade do organismo e, portanto, prevenir infecções. Refogue com tempero e ovos batidos, faça sucos ou adicione ao molho pesto de manjericão;
  • As folhas da cenoura são ricas em vitamina A (importante para saúde dos olhos, pele, cabelos e para o crescimento). Podemos aproveitá-las para fazer bolinhos ou para substituir o uso da salsinha. Elas são extremamente parecidas em aspecto e sabor;
  • A água do cozimento das batatas acaba concentrando todas as vitaminas hidrossolúveis (que se dissolvem em água). Aproveite-a, juntando leite em pó e manteiga para fazer purê, ou para agregar valor nutricional ao arroz, macarrão, capelettis, etc;
  • A água do cozimento da beterraba pode ser utilizada para o preparo de gelatinas vermelhas. Assim você as torna mais nutritivas;
  • As cascas da batata, mandioquinha, nabo, cenoura ou beterraba,  podem ser assadas ou fritas em óleo quente e servidas como aperitivo;
  • A casca da laranja pode ser caramelizada, para ser servida com café, ou utilizada em compotas ou mesmo para biscoitos;
  • A parte branca da melancia pode ser usada para fazer cocada. Já a parte branca do maracujá pode render uma deliciosa compota, que se prepara como o doce de mamão verde;
  • Com as cascas das frutas (ex: goiaba, abacaxi, etc.), pode-se preparar sucos batendo-as no liquidificador. Este suco pode ser aproveitado para substituir ingredientes líquidos no preparo de bolos;
  • Quando for ralar a casca do limão ou laranja, nunca chegue à parte branca, pois ela é amarga e pode prejudicar o sabor doce da preparação.

O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO BRASIL

O Brasil é o quarto produtor mundial de alimentos (Akatu, 2003), produzindo 25,7% a mais do que necessita para alimentar a sua população (FAO). De toda esta riqueza, grande parte é desperdiçada.
Segundo dados da Embrapa, 2006, 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem o lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar (VELLOSO, Rodrigo. Comida é o que não falta. Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº 174, março/2002).
De acordo com o caderno temático “A nutrição e o consumo consciente” do Instituto Akatu (2003), aproximadamente 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva:
  • 20% na colheita;
  • 8% no transporte e armazenamento;
  • 15% na indústria de processamento;
  • 1% no varejo;
  • 20% no processamento culinário e hábitos alimentares.
Segundo Instituto Akatu, 2004: Os números supracitados fazem do Brasil um dos campeões mundiais de desperdício. Analisando estes dados de uma forma mais simples, isso significa que uma casa brasileira desperdiça, em média, 20% dos alimentos que compra semanalmente, o que remete a uma perda de US$ 1 bilhão por ano, ou o suficiente para alimentar 500 mil famílias.
Prova deste desperdício financeiro é ressaltada pela 8ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, em 2007, que demonstra que os supermercados perderam 4,48% de seu movimento financeiro, em perecíveis. Além disso, uma estimativa realizada pela Coordenadoria de Abastecimento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo indicara que perdas na cadeia produtiva dos alimentos equivalem a 1,4% do PIB – Produto Interno Bruto.

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